segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Fala Popular
No dia a dia, é comum observarmos que muitas pessoas se confundem ao empregar certos termos da língua. Veja a seguir uma lista com os termos que selecionamos e atente para a forma padrão, buscando utilizá-la.
Mortadela Você não come mortandela. O que você come é mortadela.
Mendigo Aquele sujeito deitado na rua não é um mendingo, mas sim um mendigo.
Iogurte Ninguém toma iorgute. Todos tomam iogurte.
Basculante A janela do seu banheiro não é uma vasculhante, mas sim uma basculante.
Cadarço Seu sapato não possui cardaço, mas sim cadarço.
Muitas Pessoas Nunca diga "haviam muitas pessoas no local". Neste caso, o verbo haver não tem um sujeito com quem concordar, pois ele tem o sentido de existir. Logo, o correto é "havia muitas pessoas no local".

"Circuíto" ou "Circuito"?
A maneira correta, gramaticalmente, é cir-cui-to. Não se deve destacar a letra "i" da letra "u" ao pronunciar essa palavra. Assim, estende-se também essa regra aos vocábulos "gratuito", "intuito" e fortuito".

Maltratando a Língua

Esta seção contém diversas imagens enviadas por usuários do Só Português. As fotos apresentam erros de ortografia e aparecem, em sua maioria, em anúncios e placas de todo o Brasil. Abaixo de cada imagem, não deixe de observar a grafia correta das palavras.
Ambulância
Ambulância.

Diversos sabores.
Diversos sabores.

Água-de-coco, Rejuvenece.
Água de coco. Rejuvenesce.

Brabo, mas muito brabo.
Raça Fila. Brabo, mas muito brabo.

Figuras de Estilo ou Linguagem

Formas de utilizar as palavras no sentido conotativo, figurado, com o objetivo de ser mais expressivo.

A seguir, as principais figuras de estilo em ordem alfabética:

1 - Anacoluto- interrupção na sequência lógica da oração deixando um termo solto, sem função sintática.

Ex.: Mulheres, como viver sem elas?

2 - Anáfora- repetição de palavras.

Ex.: Ela trabalha, ela estuda, ela é mãe, ela é pai, ela é tudo!

3 - Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o distinga. É o mesmo que apelidado, alcunha ou cognome.
Exemplos.:

Xuxa (Maria das Graças)
O Gordo (Jô Soares)

4 - Antítese - aproximação de ideias, palavras ou expressões de sentidos opostos.

Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo espaço.

5 - Apóstrofo ou invocação - invocação ou interpelação de ouvinte ou leitor, seres reais ou imaginários, presentes ou ausentes.
Exemplos.:

Mulher, venha aqui!

Ó meu Deus! Mereço tanto sofrimento?

6 - Assíndeto - ausência da conjunção aditiva entre palavras da frase ou orações de um período. Essas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.

Ex.: Nasci, cresci, morri.
(ao invés de: Nasci, cresci e morri.)

7 - Catacrese - metáfora tão usada que perdeu seu valor de figura e se tornou cotidiana, não representando mais um desvio. Isso ocorre pela inexistência das palavras mais apropriadas. Surge da semelhança da forma ou da função de seres, fatos ou coisas.

Exemplos.: céu da boca; cabeça de prego; asa da xícara; dente de alho.

8 - Comparação ou símile - aproximação de dois elementos realçando pela sua semelhança. Conectivos comparativos são usados: como, feito, tal qual, que nem...

Ex.: Aquela criança era delicada como uma flor.

9 - Elipse - omissão de palavras ou orações que ficam subentendidas.

Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) durante horas.

10 - Eufemismo - atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável.

Ex.: Ele foi desta para melhor.
(evitando dizer: Ele morreu.)

11 - Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo.

Ex.: Estou morrendo de cansada.

12 - Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irônico é sarcástico ou depreciativo.

Ex.: Que belo presente de aniversário! Minha casa foi assaltada.

13 - Metáfora - é um tipo de comparação em que o conectivo está subentendido. O segundo termo é usado com o valor do primeiro.

Ex.: Aquela criança é (como) uma flor.

14 - Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido.

A metonímia pode ocorrer quando usamos:

a - o autor pela obra
Ex.: Nas horas vagas, lê Machado.
(a obra de Machado)

b - o continente pelo conteúdo
Ex.: Conseguiria comer toda a marmita.
Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente)

c - a causa pelo efeito e vice-versa
Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comunidade.
A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição.

d - o lugar pelo produto feito no lugar
Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja.
O nome da região onde o vinho é fabricado

e - a parte pelo todo
Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando.
Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo.

f - a matéria pelo objeto
Ex.: A porcelana chinesa é belíssima.
Porcelana é a matéria dos objetos

g - a marca pelo produto
Ex.: - Gostaria de um pacote de Bom Bril por favor.
Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço.

h - concreto pelo abstrato e vice-versa
Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração
Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato)

15 - Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos.

Ex.: Psiu! Venha aqui!

16 - Paradoxo ou oxímoro - Aproximação de palavras ou ideias de sentido oposto em apenas uma figura.

Ex.: "Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo." (Carlos Drummond de Andrade)

17 - Personificação, prosopopeia ou animismo – atribuição de características humanas a seres inanimados, imaginários ou irracionais.

Ex.: A vida ensinou-me a ser humilde.

18 - Pleonasmo ou redundância - repetição da mesma ideia com objetivo de realce. A redundância pode ser positiva ou negativa. Quando é proposital, usada como recurso expressivo, enriquecerá o texto:

Ex.: Posso afirmar que escutei com meus próprios ouvidos aquela declaração fatal.

Quando é inconsciente, chamada de “pleonasmo vicioso”, empobrece o texto, sendo considerado um vício de linguagem: Irá reler a prova de novo.

Outros: subir para cima; entrar para dentro; monocultura exclusiva; hemorragia de sangue.

19 - Polissíndeto - repetição de conjunções (síndetos).

Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou...

20 - Silepse - concordância com a ideia, não com a forma.

Ex.: Os brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) massacrados – Pessoa.

Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.) – Gênero.

Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plur.) desesperadamente – Número.

21 - Sinestesia - mistura das sensações em uma única expressão.

Ex.: Aquele choro amargo e frio me espetava.
Mistura de paladar (amargo) e tato (frio, espetava)

Expressões idiomáticas

Tais expressões são assim denominadas pelo fato de serem destituídas de uma tradução literal propriamente dita. Representam um traço cultural de uma determinada comunidade, razão pela qual podem ser consideradas como variantes linguísticas, uma vez demarcadas por meio de distintas regiões, cada uma revelando um significado diferente.

Quanto às origens, podemos dizer que pertencem aos nossos antepassados e, com o passar do tempo, foram se cristalizando por meio de gerações e gerações. Desta forma, quando nos depararmos com imagens, como as aqui representadas:





OU





Logo saberemos que às vezes “alguém entra pelo cano” e “que pisa na bola”, não é verdade? Mas vejamos alguns casos representativos:

acertar na mosca – acertar com precisão
agarrar com unhas e dentes – dedicar-se extremamente a algo ou a alguém
bater as botas – falecer
bola murcha – sem ânimo
cara de pau – descarado, sem vergonha
dar a volta por cima – recuperar-se
encher linguiça – enrolar, preencher espaço com embromação
lavar as mãos – desprender-se de algo, isentar-se de alguma culpa
levar toco – ser impedido por alguém
pôr minhoca na cabeça – preocupar-se com assuntos irrelevantes
enfiar o pé na jaca – embriagar-se, cometer excessos
pendurar as chuteiras – aposentar-se
trocar as bolas – atrapalhar-se
virar a casaca – mudar de opinião, trair a confiança.

Dicas ortográficas

Partindo do princípio de que o conhecimento se concebe como algo incomensurável, dicas, sejam elas quais forem, são sempre bem-vindas. As ortográficas, então... Quanta relevância! O fato é que em se tratando dos estudos linguísticos, dúvidas, de uma forma geral, representam fator de recorrência máxima.
Nesse sentido, sobretudo tendo em vista a necessidade de você não fazer disso um entrave, tampouco um estigma que poderá cerceá-lo no que se refere a algumas habilidades, propusemo-nos à elucidação de alguns fatores que porventura lhe auxiliarão ─ em especial aqueles inerentes a aspectos ortográficos. Pois bem, caro (a) usuário (a), atenhamo-nos a eles:

À TOA OU À-TOA?

É preciso entender o que antes vigorava e o que agora impera, tendo em vista as mudanças oriundas do Novo Acordo Ortográfico. Veja, pois, a explicação:

À toa, denotando o sentido referente “ao acaso”, “a esmo”, “sem fazer nada”, antes já era e depois da nova reforma continua sendo grafada sem o uso do hífen, haja vista que representa uma locução adverbial de modo. Vejamos o exemplo:

Passava à toa todas as manhãs.
Atestamos que indica um fator circunstancial ora relativo ao verbo passar (passava).

À-toa, antes grafado com hífen e agora descrito sem ele (à toa), refere-se a um adjetivo, cujo sentido se demarca por “inútil”, “desocupado”, “insignificante”. Constatemos o caso a seguir:

Não passava de um à toa, pois não demonstrava nenhum interesse em crescer, tanto pessoal como profissionalmente falando.

EXPECTADOR OU ESPECTADOR?


Diversas vezes você se coloca na condição de “ESPECTADOR”, pois assiste a um filme, a uma peça teatral, a um programa de televisão, enfim.

Você também pode se colocar na condição de EXPECTADOR, pois, assim como tantas outras pessoas, mantém uma expectativa acerca de algo, não é verdade?   

ALUGUÉIS OU ALUGUERES?

Saiba que ambas as formas são consideradas corretas, pois “alugueres” representa o plural de “aluguer”, forma usada em textos jurídicos e em Portugal, ainda que antiga.

PROJÉTEIS OU PROJETIS?

Quando se trata de uma palavra paroxítona, cuja tonicidade recai sobre a penúltima sílaba (protil), o plural se demarca por projéteis. Concebida como oxítona, cuja tonicidade recai sobre a última sílaba (projetil), apresenta-se demarcada pelo plural projetis.

O plural de gol segue as mesmas regras das palavras constituídas de tal terminação (-OL)?

Ora, temos os faróis (farol), os anzóis (anzol), entre outras, mas GOL, quando pluralizado, apresenta-se como GOLS, oriundo do inglês goal.
HAMBURGERS OU HAMBÚRGUERES?

O correto é hambúrgueres, no caso do aportuguesamento da palavra em evidência.

Ela teve duas ou mais GRAVIDEZES?

Gravidezes sim, por mais que não seja assim tão recorrente, pois o plural segue as mesmas regras dos substantivos terminados em “z”, como é o caso de raízes, cruzes, gizes, etc.

BLITZE ou BLITZEN ou BLITZES?   

A palavra blitz origina-se do alemão, mas, quando aportuguesada, segue as mesmas regras do nosso idioma, cujo pressuposto se demarca pelo acréscimo da terminação “-es”. Portanto, BLITZES.

CURRÍCULUNS OU CURRÍCULOS?
A forma pluralizada do latim curriculum é curricula. No entanto, quando aportuguesada, tal palavra se expressa assim no plural: currículos.  

OS FAX OU FAXES?

A forma FAXES é aceita por alguns estudiosos da língua. No entanto, as regras postulam que os substantivos terminados em “x” são invariáveis e demarcados pela indicação de número somente por meio de um determinante (artigo). Logo, opte por dizer “OS FAX”.

Acento gráfico e acento tônico – marcas distintivas

Dado o aspecto complexo - norteador dos fatos linguísticos, há que se mencionar acerca de alguns entraves com os quais o usuário compartilha na tentativa de compreendê-los (os fatos). Contudo, à medida com que estes vão se tornando familiares, mediante a busca constante pelo conhecimento, tal problemática tende a tão somente se amenizar ou se extinguir de uma vez por todas.

Em razão disso, no intuito de cooperar para que este avanço seja efetivamente materializado, o artigo que ora se evidencia tem por finalidade discorrer acerca das diferenças existentes entre o acento gráfico e o acento tônico – ambos relacionados a questões ortográficas que, sem nenhuma dúvida, representam alvo de inúmeros questionamentos.

À guisa de algumas elucidações, temos que o acento tônico não pode ser confundido com o acento gráfico, pois este (o tônico) refere-se a aspectos relacionados à oralidade. Portanto, no sentido de detectá-los com veemência, faz-se necessário proferirmos melodicamente os vocábulos, uma vez que se assim procedermos, teremos condições de constatar onde realmente a sílaba pronunciada com mais intensidade encontra-se demarcada. Desta forma, procurando tornar prático tal posicionamento, ater-nos-emos à análise de alguns deles:




Detectamos que as sílabas em destaque representam o que chamamos de tônica, visto que são pronunciadas com mais força. Para tanto, independentemente de haver qualquer indício de sinal gráfico, tal aspecto foi constatado. Eis o segredo da tonicidade!

Já em se tratando do acento gráfico, este se encontra intrinsecamente ligado a regras pré-concebidas pelas normas gramaticais de uma forma geral, mais precisamente no que tange à acentuação. Para tanto, basta analisarmos:



Notamos que no primeiro caso trata-se de uma palavra oxítona terminada em “e”. Regra: Todas as palavras terminadas em a, e, o, em seguidas ou não de “s” deverão ser acentuadas.

Atendo-nos ao segundo exemplo, constatamos que se trata de uma palavra paroxítona terminada em “x”. Regra: Todas as paroxítonas assim terminadas recebem o acento gráfico.

Quanto ao terceiro, identificamos um vocábulo também oxítono, terminado em “em”. Regra: Idêntica à primeira.

Por último, temos uma palavra proparoxítona, a qual integra um grupo em que todas são acentuadas.

Mediante tais postulados, aposta-se que todas as dúvidas em relação a este fato tenham sido sanadas, tendo em vista a seguinte concepção:

Para que a sílaba tônica exista, ela não precisa, necessariamente, estar acentuada. Caso esteja, o acento gráfico se “incube” de recair sobre ela mesma!

Abreviação vocabular – Um processo de formação de palavras

Se alguma vez ou determinadas vezes você pronunciou palavras como Sampa, japa, portuga, entre outras... é hora de saber que tal procedimento, mesmo que pertença a uma linguagem coloquial, representa um fato linguístico – razão pela qual se torna passível de se integrar ao conhecimento de todos nós – usuários da língua.

Pois bem, como sabemos, as palavras que compõem nosso léxico são resultantes de um processo, umas pela junção de termos, outras pelo acréscimo de prefixos e sufixos, entre outras características. Desta forma, o presente artigo tem por objetivo ressaltar acerca de uma delas – a abreviação vocabular, cujo traço peculiar se manifesta por meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais longas. Diante disso, vejamos alguns exemplos:

 metropolitano – metrô

extraordinário – extra

otorrinolaringologista – otorrino

telefone – fone

pneumático – pneu...

 Muitas destas abreviações podem denotar sentimentos variados, expressando carinho, desprezo, preconceito e, às vezes, até zombaria. De forma a constatá-los, analisemos os exemplos subsequentes:

comunista - comuna

Florianópolis – Floripa

delegado – delega

professor – fessor

japonês – japa

português – portuga...

Uma observação digna de nota, e que também representa a ocorrência em voga, reside no fato de algumas abreviações terem se tornado bastante frequentes na língua atual. Tal fato consiste no uso de um prefixo ou de um elemento, referente a uma palavra composta, no lugar do todo. Analisemos, portanto, alguns casos representativos:

micro (relativo a microcomputador)

míni (referente a minissaia)

vídeo (concernente a videocassete)

ex (relativo a ex-namorada, ex-esposa ou ex-marido)...

Se alguma vez ou determinadas vezes você pronunciou palavras como Sampa, japa, portuga, entre outras... é hora de saber que tal procedimento, mesmo que pertença a uma linguagem coloquial, representa um fato linguístico – razão pela qual se torna passível de se integrar ao conhecimento de todos nós – usuários da língua.

Pois bem, como sabemos, as palavras que compõem nosso léxico são resultantes de um processo, umas pela junção de termos, outras pelo acréscimo de prefixos e sufixos, entre outras características. Desta forma, o presente artigo tem por objetivo ressaltar acerca de uma delas – a abreviação vocabular, cujo traço peculiar se manifesta por meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais longas. Diante disso, vejamos alguns exemplos:

 metropolitano – metrô

extraordinário – extra

otorrinolaringologista – otorrino

telefone – fone

pneumático – pneu...

 Muitas destas abreviações podem denotar sentimentos variados, expressando carinho, desprezo, preconceito e, às vezes, até zombaria. De forma a constatá-los, analisemos os exemplos subsequentes:

comunista - comuna

Florianópolis – Floripa

delegado – delega

professor – fessor

japonês – japa

português – portuga...

Uma observação digna de nota, e que também representa a ocorrência em voga, reside no fato de algumas abreviações terem se tornado bastante frequentes na língua atual. Tal fato consiste no uso de um prefixo ou de um elemento, referente a uma palavra composta, no lugar do todo. Analisemos, portanto, alguns casos representativos:

micro (relativo a microcomputador)

míni (referente a minissaia)

vídeo (concernente a videocassete)

ex (relativo a ex-namorada, ex-esposa ou ex-marido)...


O uso da vírgula e seus pré-requisitos

Caso quiséssemos atribuir o uso da vírgula a cada pausa retratada pelo falante, concluiríamos que nossa pretensão se mostra aquém das reais possibilidades. Fato este decorrente das diferenças que se acentuam entre a fala e a escrita, visto que a riqueza melódica da oralidade não se compara ao convencionalismo da escrita.

A linguagem oral, via de regra, torna-se mais isenta de postulados pré-estabelecidos, posto que se condiciona a traços individuais do próprio emissor, cabendo a ele atribuir as possíveis entonações no momento em que achar convenientente. Ao passo que na linguagem escrita, tais pretensões estão sujeitas a normas que, indiscutivelmente, precisam estar em consonância com nossos conhecimentos. Para tanto, seguem em evidência algumas considerações dignas de nota, as quais se pautam por retratarem os casos em que se materializa ou não o uso da vírgula.

Circunstâncias em que usamos a vírgula:

a) Para isolar topônimos (nomes próprios relacionados a um determinado lugar), seguidos de sua respectiva data.

Ex: Maceió, 12 de fevereiro de 2009.

b) Separar orações coordenadas assindéticas (isentas de conectivos que as ligue).

Ex: Ao iniciar a reunião todos se apresentaram, começaram a discutir os assuntos pertinentes, chegando a um consenso muito antes do esperado.

c) Separar orações coordenadas sindéticas iniciadas pelas conjunções adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.
Exemplos:

* Precisava urgentemente se decidir, ou somente trabalhava, ou estudava.

* A aluna obteve a primeira colocação nas olimpíadas de Matemática, logo se preparou muito para tal.

* Não me sinto preparada para esta viagem, pois tive que decidir rapidamente.

* Sinto-me honrada com suas desculpas, porém nossa amizade não será mais a mesma.

d) Isolar expressões explicativas, corretivas ou continuativas, uma vez representadas por: isto é, por exemplo, ou seja, aliás, dentre outras.
Exemplos:

* A violência social é um fato grave, ou melhor, assustador.

* Pretendo despachar os documentos em breve, isto é, na próxima semana.

e) Separar apostos e vocativos em uma oração.
Exemplos:

* Marcos, traga seu certificado assim que puder, pois preciso entregá-lo ao Departamento de Pessoal.

* Marta, irmã de Pedro, casou-se ontem.

f) Separar um adjunto adverbial, antecipado ou intercalado entre o discurso.
Exemplos:

* Naqueles tempos, havia uma maior interação entre as pessoas.

* Sem que ninguém esperasse, repentinamente, ela apareceu.



g) Isolar algumas orações intercaladas.

Ex: Precisamos, pois, estarmos atentos a tudo que acontece.

h) Isolar um complemento pleonástico antecipado ao verbo.

Ex.: Aos insensíveis|, por que não ignorá-los?
O.D. pleonástico

i) Indicar a supressão de um verbo subentendido na oração (recurso linguístico caracterizado pela elipse):

Ex.: Grande parte dos alunos estava trajada de Country; Patrícia, de caipira.
(A vírgula indica a supressão da locução verbal – estava trajada)

j) Separar termos coordenados em uma oração.

Ex: Aos domingos, reuniam-se todos os filhos, genros, noras, netos e bisnetos para uma agradável confraternização familiar.

l) Separar orações subordinadas adjetivas explicativas.

Ex: Santos Dumont, que é considerado o pai da aviação, foi o inventor do 14 Bis.

m) Separar orações adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), sobretudo, quando estas se antepuserem à oração principal.
Exemplos:

* Ao chegar em casa, percebi sua apreensão.

* Caso queira conversar comigo, avise-me antecipadamente.

Casos em que não se recomenda o uso da vírgula:

Não se usa a vírgula para separar termos que, do ponto de vista sintático, estabelecem diretamente uma ligação entre si. Eis as seguintes ocorrências:

a) Para separar sujeito do predicado.

Ex: Os alunos| estão todos eufóricos à espera dos resultados.
Sujeito               Predicado

b) Entre o verbo e seus complementos (objeto direto e indireto), mesmo que o objeto indireto se anteponha ao objeto direto.

Ex: Entreguei |aos clientes| os pedidos.
                          O. Indireto     | O. Direto.

c) Entre o nome e o adjunto adnominal ou o complemento nominal.
Exemplos:

* Seu relógio de pulso foi apreciado por todos.
                        Adjunto Adnominal

* Você tem amor à profissão.
                                Complemento Nominal

d) Entre a oração subordinada substantiva e a principal.

Ex: Seu desejo| era que todos o visitassem.
Or. principal     | oração subordinada substantiva predicativa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Mudanças na ortografia.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou no último dia 25, em Lisboa, que o acordo ortográfico da língua portuguesa deverá estar implantado no Brasil até 2011. No início da 7.ª Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Fernando Haddad apontou o acordo como uma peça-chave da cooperação com os países africanos.
"Estamos tendo conversas informais com grupos editoriais brasileiros, sobretudo os que trabalham com livros didáticos, prevendo um prazo de dois ou três anos (para a implementação do acordo)", disse o ministro.
Segundo ele, a idéia é levar a consulta pública dentro de 30 dias a minuta do decreto presidencial sobre o acordo. "Pretendemos publicar esse decreto presidencial talvez ainda em setembro ou outubro", afirmou.
O acordo consagra mudanças relativamente pequenas. Segundo os lingüistas que prepararam o acordo - Antônio Houaiss, pelo Brasil, e João Malaca Casteleiro, de Portugal -, 0,43% das palavras no Brasil e 1,42% em Portugal passarão por mudanças.
O idioma português é o quinto mais falado do mundo, alcançando 200 milhões de pessoas. A comunidade lusófona é constituída por Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe (os cinco últimos na África) e por Macau, Timor Leste e Goa no Oriente, onde também esteve presente a colonização portuguesa.
A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa, a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como amplamente prejudicial à integração intercontinental do português e para sua importância no mundo. Tal situação remonta a 1911, ano em que foi adotada, em Portugal, a primeira grande reforma ortográfica, mas que não foi extensiva ao Brasil.
Conheça as principais alterações a implementar pela reforma ortográfica:

Ref: Marília Mendes

Reforma Ortográfica

 Com o novo  acordo ortográfico, diversas mudanças foram implementadas  na língua portuguesa. São sinais diacríticos - como o hífen - que entram em  algumas palavras, acentos que saem de outras. Letras que entraram no alfabeto é o caso de k, w e y.

reforma ortográfica

O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Este site tem como objetivo divulgar de forma clara e objetiva as novas normas que passam a valer a partir do acordo que unifica o idioma português em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
As novas regras ortográficas já estão valendo desde o dia 1º de janeiro de 2009, e de acordo com o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, haverá um período de transição até 2012 em que serão válidas as duas formas de escrever: a antiga e a nova.